Retórica, expressão de si e argumentação.
Encontramo-nos numa inacabável conversa com os próprios. Falar de si e
dizer-se o que se sente é uma condição não anulável do ser humano. Despertamos
sentimentos e provocamos emoções. Reagimos-lhes. O que se passa de cada vez é avaliado
pelo estado sentimental em que ficámos com algo que nos impressionou.
Antecipamos emoções que perseguimos ou evitamos. Convencemos e persuadimos em
vista do que nos acontece: de impactos emocionais e crises afectivas. O
horizonte de trabalho da retórica confunde-se com o do núcleo fundamental de
sentido do ser humano. O que habitualmente reconhecemos como sentimento, emoções
e afectos está desde sempre espontaneamente exposto a uma interpretação que
resulta de uma hermenêutica da Facticidade. Os πάθη
correspondem a formas de afectação. Um sentimento que nasce e cresce é um
conteúdo irreal, mas eficaz. Surte efeito. Estão continuamente a configurar o
nosso acontecimento no trânsito da vida. Conhecemos o carácter avassalador da
paixão. Mas também quando aparentemente nada se sente, se vai indo, nada se
passa. Como falamos do que nos acontece? Como nos exprimimos e falamos dos
nossos sentimentos? E ao dizermos o que sentimos estamos a apresentar
argumentos? A partir de que ponto de vista?
Aristóteles
The Rhetoric of Aristotle, with an commentary
by the late Edward Meredith Cope ... revised and edited for the syndics of the
University press by John Edwin Sandys Published 1877
by University Press in Cambridge
Cícero
Rhetorica
recognovit brevique adnotatione critica instruxit
A.S. Wilkins.
Published 1902 by E typographeo Clarendoniano in Oxonii
.
Written in Latin.
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